mar 27 2015

Boas práticas de notação BPMN

BOAS PRÁTICAS DE MODELAGEM DE PROCESSOS – BPMN

por André  Rabelo, CBPP

 Resumo

Este artigo apresenta a adesão a um conjunto de boas práticas na modelagem de processos que é essencial para padronizar um modelo de processo de negócio.

Palavras-chave: Boas Práticas.Business Process Modeling Notation . BPMN. Modelagem de Processos.Notação.

Introdução

A modelagem de processos de negócio pode atuar como uma grande aliada na compreensão dos processos de uma empresa. Através dela, a necessidade de melhorias em um processo se torna mais evidente, facilitando a comunicação entre os vários envolvidos no processo. Modelos de processos de negócio que apresentam erros podem influenciar negativamente na compreensão e execução desses processos, esses erros podem estar relacionados a uma falta de entendimento do processo, mas também podem ocorrer devido à falta de conhecimento da notação utilizada para fazer a modelagem.

O padrão BPMN oferece às organizações a capacidade de compreender os seus processos internos do negócio em uma notação gráfica e a capacidade de comunicar seus procedimentos de forma padrão.

Dessa forma, este artigo de Boas Práticas de Business Process Modeling Notation (BPMN) visa construir um catálogo de orientações e padrões adotados pelo projeto em questão como melhor forma de representar e/ou apresentar seu entendimento com relação ao tema.

Os resultados esperados deste artigo é ajudar no aprendizado na notação BPMN, além de servir de guia para a avaliação de modelos BPMN.

Boas práticas de modelagem de processos

Um diagrama de Processos de Negócios é uma poderosa ferramenta de comunicação e de análise. Seguem alguns objetivos da modelagem de processos:

  1. Facilitar o entendimento de um processo;
  2. Padronizar a execução das atividades;
  3. Documentar e dar publicidade aos trabalhos desenvolvidos na organização;
  4. Apoiar a elaboração de manuais e de atos normativos;
  5. Proporcionar maior agilidade na tomada de decisões;
  6. Auxiliar a capacitação de novos servidores;
  7. Facilitar a especificação de sistemas;
  8. Facilitar a definição de competências e de capacitações necessárias aos executores do processo;
  9. Viabilizar a gestão dos riscos associados aos processos de trabalho. 

EVENTOS

  1. Evite utilizar mais de um evento de início no processo;
  2. Inícios de processo em alto nível podem ser iniciados com qualquer tipo de evento, a depender do “gatilho” que dê início ao processo;
  3. Subprocessos somente devem ser iniciados com evento do tipo None;
  4. Quando houver várias possibilidades de início do processo utilizar o objeto evento de início múltiplo, da seguinte forma:

4.1. Até duas entradas: cada possibilidade de início será representado por um fluxo de mensagem originado na(s) conjunto(s) devidamente nomeado de forma a identificar a(s) entrada(s);

4.2. Acima de duas entradas: Todas as possibilidades de início serão representadas por um objeto anotação contendo as informações de origem e entrada de cada possibilidade.

Figura 1 – Uso do evento inicial múltiplo

Figura 1 – Uso do evento inicial múltiplo

 

  1. Em um diagrama de processo, todos os eventos devem ser nomeados com um verbo no particípio passado;
  2. Use eventos de início e fim de cada processo e sub-processo para representar o seu início e conclusão;
  3. Utilize eventos intermediários de link no reuso de chamada de atividade para melhor visualização do processo. Os eventos de link de pegar e rejeitar devem ter o mesmo nome;
  4. Eventos intermediários de link só podem ser utilizados dentro de um mesmo processo;

Figura 2 – Uso do evento intermediário link

Figura 2 – Uso do evento intermediário link

 

  1. Um processo pode ter um ou mais eventos FINAIS. Recomenda-se o uso de nomes diferentes, correspondentes ao seu estado final. Esses eventos devem ser refletidos, com a mesma denominação utilizada no diagrama, no Formulário de Contextualização (artefato desenvolvido para disponibilizar informações gerais do processo) no respectivo campo;

Figura 3 – Uso do evento final

Figura 3 – Uso do evento final

 

  1. Subprocessos somente podem ser terminados por eventos do tipo None. Caso o término do subprocesso gere uma mensagem, o fluxo deverá subir para o processo “alto nível”;
  2. Eventos do tipo Terminate somente devem ser utilizados para interromper processos/subprocessos em que haja fluxos ocorrendo em paralelo;

Figura 4 – Uso do evento final terminate

Figura 4 – Uso do evento final terminate

 

 

  1. Quando utilizamos o evento do tipo timer na borda de uma tarefa, estamos indicando o tempo para finalização da execução desta tarefa. Caso não ocorra a finalização da tarefa no tempo indicado deve ser criado fluxo de exceção para representar esta situação. Já quando utilizamos o evento do tipo timer entre duas tarefas indicamos que há uma interrupção entre a execução das duas tarefas.

Figura 5 – Uso do evento intermediário timer

Figura 5 – Uso do evento intermediário timer

 

ATIVIDADES

 

  1. Cada atividade deve ser nomeada usando uma frase iniciando com verbo no infinitivo curto e significativo para o negócio respeitando o tamanho do objeto definido nos padrões de modelagem, máximo de 70 caracteres por atividade, aproximadamente 4 linhas dentro do objeto atividade, demais informações poderão ser inseridas no Formulário Descritivo (artefato desenvolvido para disponibilizar informações gerais do processo)ou se a área de negócio julgar de extrema importância para o processo que as demais informações fiquem expostas no diagrama deve-se usar o objeto de anotação;
  2. Não use abreviaturas incomuns;
  3. Evite artigos e pronomes.

 

GATEWAY 

  1. Utilize um gateway de convergência antecedendo uma atividade quando a mesma tiver 2 ou mais entradas quando a lógica de convergência não é óbvia, uma anotação de texto deve ser associado ao Gateway;

Figura 6 – Uso do Gateway

Figura 6 – Uso do Gateway

 

  1. Devem ser utilizados apenas para representar a lógica de roteamento do processo. Você tem que determinar fatos e necessidades antes de chegar a um gateway;
  2. Use sempre o mesmo tipo de gateway que divergiu para convergir; 

FLUXOS DE SEQUENCIA 

  1. Deve-se utilizar o fluxo de sequência de atividades da iniciando pela esquerda saída para direita, pois os leitores dos diagramas poderão entender a lógica do processo de forma mais clara;
  2. Sequências de fluxos saindo de gateways divergentes do tipo exclusivo ou inclusivo devem ter suas condições representadas nos respectivos caminhos;

Figura 7 – Uso fluxo de sequência

Figura 7 – Uso fluxo de sequência

 

  1. Os fluxos de mensagens deverão ser nomeados de maneira que fique clara a informação de entrada e de saída; Estas informações representadas nos fluxos de mensagens devem ser transcritas no Formulário de Contextualização (artefato desenvolvido para disponibilizar informações gerais do processo) com o mesmo nome que foi inserido no diagrama.

Figura 8 – Uso fluxo de mensagem

Figura 8 – Uso fluxo de mensagem

 

  1. Maiores detalhes do fluxo de mensagem deverão ser registrados no Formulário Descritivo (artefato desenvolvido para disponibilizar informações gerais do processo) como atributos (insumos/produtos) das atividades envolvidas;
  2. Fluxos sequência padrão não deve ser nomeado. Este tipo de fluxo ocorre quando utilizamos gatewatys do tipo inclusivo. Ele é ativado quando todas as condições de fluxo de saída não forem cumpridas, ou seja, quando todas as condições são “falsas”;

Figura 9 – Uso fluxo sequência padrão

Figura 9 – Uso fluxo sequência padrão 

  1. Evite linhas cruzadas (conectores), mantenha uma sequência de tempo e direção consistente de fluxo. A leitura diagrama será mais fácil e sua comunicação eficiente;
  2. Use o evento intermediário de link para tentar evitar o cruzamentos de linhas.

 

POOLS (CONJUNTO) E LANE (PISTAS)

 

  1. Toda interface com processos/participantes externos deve ser realizada por meio fluxos de mensagem que ligue o conjunto ao subprocesso/tarefa em questão;
  2. A interface entre conjuntos pode ser feita excepcionalmente em suas “bordas”, quando a entrada em questão interagir em qualquer ponto dentro do processo.

Figura 10 – Interface de processos

Figura 10 – Interface de processos

 

  1. Interfaces previstas nos subprocessos devem ser refletidas no processo de alto nível ou nos níveis superiores.
  2. O conjunto representa um participante em um diagrama de colaboração. Portanto nomear sempre usando o nome do participante externo ou Processo da Cadeia de Valor que interaja;
  3. As pistas devem ser preenchidas de acordo com seu executor podendo ser, Unidades organizacionais, Nomes de Cargos de Gestão (Subsecretário, Coordenador-geral, etc);Equipes (Equipe de despacho, equipe de atendimento, etc) e, eventualmente e, se necessário, nomes de sistemas informatizados;
  4. Criar pistas somente se pelo menos uma tarefa for realizada na mesma.
  5. Não crie pistas para representar a área ou entidade que realiza gateways ou tarefas automáticas.

 

Considerações Finais

 

Grandes diagramas não permitem dar uma perspectiva de ponta a ponta para os leitores. Eles são difíceis de ler e comunicar claramente o objetivo do processo.

Definir escopo correto de tarefas e nível de detalhe dos processos é a chave para reduzir a sobrecarga de informações. As dicas a seguir irão ajudá-lo:

 

  1. Reduzir o número de tarefas redundantes
  2. O nível de detalhe em um processo às vezes é um verdadeiro desafio. Em muitos casos, você pode enfrentar dificuldades para definir o escopo de uma única tarefa. Leve em conta que: Um conjunto de atividades consecutivas na mesma pista pode indicar falta detalhes do participante, muito detalhe, ou um desalinhamento no escopo, reveja esses padrões para identificar oportunidades de integração atividade.
  3. É útil imaginar que você é um usuário final. Se um conjunto de atividades consecutivos pode ser realizada pela mesma pessoa, ao mesmo tempo, em seguida, estas atividades poderiam ser integrados numa única atividade?
  4. Deixe os detalhes para a documentação. Não inclua todas as informações no diagrama. Informações adicionais devem ser documentados no Formulário Descritivo (artefato desenvolvido para disponibilizar informações gerais do processo).

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mar 23 2015

Vou estar descobrindo

Vou estar descobrindo...
Gart Capote, CBPP

BPM Author & Coach

Imagine que você se interessou em ter uma assinatura mensal de TV a cabo, com um pacote de internet de alta velocidade e ainda se convenceu de contratar da mesma empresa o seu serviço de telefonia fixa.

Até aqui, tudo perfeito, não fosse a necessidade de efetivação do serviço. Ou seja, a necessidade de um técnico comparecer em sua residência e instalar os equipamentos necessários para a operação ser efetivada.

Durante o processo de contratação da assinatura, sim, isso já é um processo, você agenda a visita do técnico, recebe um número de protocolo e começa a rezar para tudo acontecer conforme planejado. Bom, este é o padrão.

Sei que existem raras exceções nas quais não precisamos rezar, pois tudo dá certo e o técnico comparece conforme combinado. Mas, como não estamos tratando das exceções neste exemplo, voltemos ao padrão…

Chegada a tão sonhada data, você consegue tirar o dia de folga e fica em casa à total disposição do técnico da empresa.
Apelando para todas as crenças e mandingas que conhece, você torce para que ele compareça.

Após oito horas de espera – sem nem mesmo ter ido ao banheiro, pois você sabe que o técnico baterá à porta ou chamará ao interfone no exato e inexorável momento em que você relaxar (toda atenção é pouca durante esses momentos que definem nossa vida na terra) – você começa a aceitar que ele provavelmente não vem mais.

Ok, você pensa… “Vou aguardar por mais uma hora”. O relógio marca nove horas da noite. Nada do técnico.

Agora, você está realmente convencido de que aquele não foi mesmo o seu dia de sorte.
Após a pronúncia exacerbada de algumas palavras de baixo calão, você sabe que precisa fazer algo, e movido por uma coragem sobre-humana, disca os números do apocalipse relacional, ou melhor, disca os números do telefone da central de atendimento.

Já musicalmente atualizado devido ao vasto repertório da URA (Unidade de Resposta Audível – aquela máquina que te pede para digitar tudo e não salva nada), você faz seu primeiro contato com um ser humano, que munido de um linguajar bastante peculiar, tenta – sempre no gerúndio – “estar descobrindo” o que houve.

– Senhor… O técnico informou que o senhor não estava em casa.

Cuidado. É neste ponto que você precisa manter a calma, pois ao menor sinal de alteração de voz ou humor, o atendente pode se ofender e rapidamente desligar a sua ligação. Se isso acontecer, você terá que repetir todo o processo novamente. Não é isso que você quer.

Aqui vai uma dica:
Respire lentamente e pense em boas lembranças da infância.

Resumindo.
Hoje, a maior parte das centrais de atendimento, e digo isso por já ter trabalhado com algumas das maiores durante alguns anos, não está ali para reverter algum problema, agradar, e muito menos, fazer o que você realmente precisa.
Hoje, as centrais de atendimento não passam de grandes e purulentas feridas corporativas expostas ao sol.

Diga se não é verdade. Na maioria das vezes que você precisa falar com uma central de atendimento, tem certeza absoluta de que a péssima imagem que você tem sobre a empresa, realmente faz sentido, e provavelmente, corresponde a mais pura e cruel verdade:

Ees não estão preocupados com a sua satisfação, apenas se preocupam em receber o seu dinheiro.

Tempos atrás, fui chamado por um Cliente para ajudar no redimensionamento de sua central de atendimento. Chegando lá, após ouvir um breve resumo sobre o cenário atual da empresa, brinquei com o diretor da área.

“Minha solução é bem simples. O operador que não trabalhar com a venda direta dos produtos da organização deve ser dispensado. Deixaremos apenas um atendente para receber as ligações dos eventuais problemas previstos e mais uma ou outra exceção. Fora isso, ninguém mais na operação do Call Center. Acabou a farra!”

Este meu Cliente, além de espirituoso, já conhecia minha abordagem, e riu da minha solução. Em outro cenário, ou seja, com um novo Cliente, ou alguém que não entenderia com tanta facilidade as entrelinhas e o subtexto da minha solução, eu precisaria dizer:

“A solução para o problema de “superpopulação” em sua central de atendimento não é nada trivial e, muito menos, de resultado imediato. Precisaremos peneirar dentre as reclamações recebidas, quais as principais ocorrências, e com esse mapa de problemas, começaremos a levantar quais são os processos que interagem direta e indiretamente na produção destes péssimos resultados”.

Não adianta contratar mais operadores. Não adianta mudar o sistema.

Não adianta reduzir ou aumentar o TMA (tempo médio de atendimento).

Não adianta bonificar ou punir.

É preciso entender o que estes gritos dos processos (problemas evidenciados) estão realmente tentando informar.

Quando propus a solução de eliminar 90% da operação, estava fazendo uma brincadeira análoga à condição de que, para pensar na solução, precisaremos levantar, representar, estudar, melhorar, executar e controlar os processos da organização.

Uma grande central para atendimento de reclamações e problemas é, por si só, a maior evidência dos grandes problemas nos processos da organização.

Uma central de atendimento deve ter por premissa cuidar do relacionamento com os Clientes, e não ficar apagando incêndios provocados por processos, produtos e serviços defeituosos.

Voltando ao nosso exemplo, àquele no qual o técnico – para variar – não compareceu. Você consegue imaginar qual foi o meu sentimento sobre a empresa que eu estava contratando?

Você recomendaria esta mesma empresa para um amigo ou familiar?

Imagine esse sentimento multiplicado e compartilhado por milhares nas redes sociais e você entenderá a importância dos processos para as organizações.

O mercado não está mudando. Ele já mudou.

O que antes era aceitável hoje funciona como um sinal do fim para determinados produtos e serviços.

Em uma economia cada vez mais baseada em serviços, cuidar para que os processos entreguem o que foi planejado e vendido, não é uma opção. É uma questão de sobrevivência.

As organizações precisam desenvolver cada vez mais a melhoria no relacionamento com seus Clientes, e principalmente, promover uma maior fidelização, pois as alternativas diárias são inúmeras e em rápido e constante crescimento.

Quando eu era mais jovem se dizia:

“Um Cliente satisfeito conta para mais um possível Cliente. Um Cliente insatisfeito reclama com mais dez pessoas.”

Multiplique por mil, adicione o imediatismo na comunicação, e esta afirmativa continuará verdadeira nos dias de hoje.

www.gartcapote.com

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mar 05 2015

11 conselhos que muitos jovens não vão querer ouvir (mas agradecerão no futuro)

“Quando eu tinha 22 anos, não costumava ouvir alguém tão velho também. Mas talvez algumas dessas ideias façam sentido para você”
Guy Kawasaki, 4 de março de 2015

Nada – nem dinheiro, poder ou fama – pode trazer sua família e amigos de volta depois que eles partem.

No momento em que escrevo isto, acabo de passar dos 60 anos e gostaria de compartilhar alguns conselhos baseados nos (pelo menos) trinta e poucos anos de vida que tenho a mais que você. Não espero que acredite em tudo que digo. Quando eu tinha 22 anos, não costumava ouvir alguém tão velho também. Mas talvez algumas dessas ideias façam sentido para você.

Desafie o conhecido e abrace o desconhecido

Aceitar o que é conhecido e resistir ao que não é pode ser considerado um erro. Você deveria fazer exatamente o contrário: desafiar o que é imposto e abraçar o desconhecido. Esse é o momento de arriscar, porque você tem menos a perder e mais a ganhar. Grandes coisas acontecem com as pessoas que questionam o status quo.

Seja breve

Diferente do que acontece na escola, o trabalho é o lugar onde há poucos limites. Na minha carreira, eu posso contar quantas vezes recebi um e-mail, apresentação ou um relatório que eram muito curtos. O tamanho ideal para tudo é quando se está “completo” – mais é menos e a técnica de “choque e pavor” não funciona nos negócios, nem na guerra. Eis as direções: e-mail – cinco frases; apresentações – dez slides em vinte minutos; relatórios – uma página.

Conte histórias, faça demonstrações e use fotos

As pessoas mais encantadoras são aquelas que contam histórias e usam imagens para influenciar e persuadir os outros. Elas não menosprezam ou repreendem. Elas pintam uma imagem na cabeça das pessoas, seja por mídias sociais, e-mails, apresentações, ligações ou videoconferências. Existiu apenas um Steve Jobs, mas se você deseja ser como ele, aprenda a se comunicar utilizando esses artifícios.

Não se preocupe com seu primeiro emprego

Durante sua vida, você terá aproximadamente dez empregos. Seu primeiro não será o último, muito provavelmente. Seria ótimo se o seu primeiro emprego fosse no Google, mas a probabilidade é baixa. O único erro que você pode cometer é aceitar um emprego em um lugar onde não há nada para aprender, e se você não aprende nada, a culpa é provavelmente sua. Apenas trabalhe duro e pare de pensar que pode conseguir o primeiro emprego perfeito.

Viva o presente, trabalhe para o futuro

No dia seguinte em que você começar a trabalhar, ninguém vai se importar com fatores como a escola que você frequentou, suas notas, se você era capitão de futebol ou quem são seus pais. Tudo que importará é se você consegue entregar os resultados ou não. Então, trabalhe duro para que seu chefe fique bem na fita (veja o próximo item).



Faça seu chefe ficar bem na fita

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O importante é fazer um trabalho que seja bom para a imagem do seu chefe. A teoria de que fazer com que ele se prejudique, para que você se saia bem, é falha. Fazer isso só vai mostrar que você é desleal e estúpido para o restante da empresa. Você deve querer que o seu chefe seja bem sucedido para, assim, crescer com ele.

Continue aprendendo

Aprender é um processo, não um evento. Então, você nunca para de aprender. Fica mais fácil aprender uma vez que você sai da escola, pois a relevância do que você aprende se torna mais óbvia. Quando você se gradua é que o verdadeiro aprendizado começa.

Não se case tão rápido

Eu me casei aos 32. Essa é a melhor idade. Até atingir essa faixa etária, talvez você não se conheça tão bem. Você também não sabe com quem está se casando.

Não relativize o que é absoluto

Quando você era mais novo, era absolutamente errado mentir, trapacear ou roubar. Porém, ao entrar no mercado, você é tentado a relativizar essas atitudes. À medida em que amadurecer, você vai ver que o certo e errado tendem a mudar de “absoluto” para “relativo”. Isso é errado. Lembre-se: o que é certo sempre será certo, e o que é errado sempre será errado.

Aproveite sua família e amigos antes que eles partam

Nada – nem dinheiro, poder ou fama – pode trazer sua família e amigos de volta depois que eles partem. Você provavelmente acha agora que vai viver para sempre. Isso é natural. Mas considere que, apesar de você ser “imortal”, as pessoas ao seu redor não são.

Um último conselho

Quando era criança, você pensava que seus pais estavam sempre certos. Quando entrou na escola, passou a achar que eles estavam sempre errados. Após a faculdade, tornou-se menos radical e começou a entender que algumas vezes os pais acertam e outras erram. E, então, acredite se quiser, você se tornou seus pais. Atrele sua jovem mente a isso.

 

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/11-conselhos-que-muitos-jovens-nao-vao-querer-ouvir-mas-agradecerao-no-futuro/85410/

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nov 17 2014

O ambiente de negócio do século 21

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Jose Davi Furlan

Business Transformation Expert, Keynote Speaker and Author

O fato de os clientes estarem satisfeitos não significa que está tudo bem e que basta não provocar problemas para mantê-los – muitos dos que desertam seus fornecedores são categorizados como satisfeitos por não terem criado uma conexão emocional e engajamento. No século 21, repensar a experiência do cliente é mais valioso do que repensar produtos e serviços, cada elemento do negócio deve ser avaliado se agrega valor. Tempo e recursos não devem ser desperdiçados com aquilo que não importa.

O que os clientes esperam são experiências positivas que propiciem conveniência e simplicidade eliminando esforço nas interações. Não é uma questão de se aumentar a intensidade, mas de aumentar valor na relação. Oferecer opções relevantes, proporcionar controle sobre as etapas da jornada (quando, onde, quanto, com quem) e descomoditizar produtos e serviços são elementos fundamentais na criação de um melhor relacionamento com clientes.

Nesse contexto, entender quem é o cliente é uma questão fundamental. A visão do século 20 que clientes eram internos (colaboradores, departamentos) ou externos (quem paga) cede espaço para reconhecer o cliente como aquele que recebe valor gerado pela organização, estando externo ao negócio, podendo pagar ou não. A organização deixa de estar voltada para si mesma e o tratamento de cada cliente recebe importância como se esse fosse o único.

Pessoas são seres sociais e fidelização ocorre em nível pessoal – a tecnologia pode reinventar os negócios, mas as relações humanas continuam sendo a chave do sucesso (Stephen Covey). O ambiente de negócio do século 21 requer que colaboradores tenham autonomia para proporcionar tratamento personalizado e atenção individual a clientes. Problemas no relacionamento se transformam em oportunidades para demonstrar cuidado, carinho e compromisso na busca por soluções. Para chegar a esse ponto a organização já terá:

  • Analisado sua promessa de marca
  • Escutado a voz do cliente
  • Mapeado a jornada do cliente
  • Desenvolvido capacidades para prover a melhor experiência para clientes

Mapas da jornada do cliente ajudam na compreensão de como produtos e serviços podem ser oferecidos, bem como emoções positivas serem estimuladas, eliminando-se emoções negativas ao longo dos canais disponíveis. Um negócio desenhado para gerar excelentes experiências para clientes se preocupa em assegurar que os diversos pontos de contato agreguem valor ajustando a operação em forma, conteúdo e interface para tratar interações de modo customizado. Personalização se torna a norma, canais são disponibilizados para necessidades individuais e tecnologias digitais aumentam o poder dos clientes habilitando a criação de um mercado desregulado e democrático. É o fim da velha escola de se empurrar produtos e serviços por meio de propaganda paga, de interações que não agregam valor, de complexidade desnecessária e canais limitados.

© José Davi Furlan

17/11/2014

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nov 13 2014

BPM ou MMA (Mixed Management Arts)?

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por Jeann Vieira, CBPP, BlackBelt, Coach, Coordenador de Projetos e Processos da Anatel

rocket-science

Ao se falar em processos, gestão de processos, ou mais corretamente, Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM), há que se ter em mente que BPM é uma evolução das diversas escolas de administração ao longo da história.

Remontando ao século XVIII, onde uma oficina de artesãos, os quais todos realizavam todas as atividades para fabricação e vendas de sapatos – executavam cada qual o processo ponta a ponta: do pedido à entrega – à medida que passaram a identificar perfis mais adequados para cada atividade e deu-se início à famosa especialização e divisão do trabalho.

Com essa mudança, partiu-se para a organização funcional, departamentalizada, visto que a especialização gera produtkividade. Modelo então adotado por diversas organizações no mundo todo.

Ocorre que alguns pontos de atenção surgiram com essa organização funcional, tais como: dificuldades de comunicação, perda do foco do cliente, hand-offs com perda de produtividade, retrabalhos etc.

O chamado Taylorismo conseguiu implementar com o máximo de êxito a divisão do trabalho. Como qualquer modelo, o pêndulo tende a vir muito para um lado, e foi o que ocorreu. O lado humano não recebeu atenção, o que tornou Taylor conhecido como o “inimigo do trabalho humano”, pela rigidez à estrutura formal. De qualquer forma, o estudo de tempos e movimentos está presente até hoje em BPM como a melhor forma de se fazer as atividades.

O movimento seguinte, Fordismo, ficou muito conhecido pela revolução da linha de produção em massa. Mas todo o sucesso foi baseado em três pilares. O primeiro deles foi a maior atenção aos indivíduos e nas relações entre eles na organização. O que poucos sabem, compõe o segundo pilar, benchmarking, pois foi com a observação de abatedouros de animais, com as carcaças suspensas se movimentando pela linha de corte – ideia base para a linha de produção implementada na indústria automotiva. Já o último pilar foi a chamada intercambialidade das peças produzidas, pois até então as peças não eram padronizadas.

Na sequencia histórica, no período após a segunda guerra mundial, a onda do Toyotismo, veio novamente a inovar a Escola de Administração com sua flexibilidade, foco em melhoria contínua (kaizen), pensamento Lean (enxuto), qualidade total etc. Mais especificamente no Japão, com toda a defasagem de seu estado no pós-guerra, impossibilidade de importação, escassez de recursos naturais, que viu na melhoria contínua de seus processos a saída para a recuperação do estado e indústria.

Passando rapidamente pelo Volvismo, referência em excelência com alto grau de experimentalização, alcançamos a era da reengenharia, na década de 80, muito mal interpretada e bastante associada a downsizing. Como argumento para demissões e redução de quadros. Mas, na verdade, o conceito de reengenharia busca reconstruir o processo do zero a partir do foco do cliente.

Época essa em que o controle estatístico de processos, junto com outras premissas, formaram a poderosa escola Six Sigma, com a busca pela redução de defeitos, a partir da estabilidade e controle dos processos.

Por sua vez, a chegada dos sistemas integrados de gestão (ERPs) reforçou mais ainda a importância do processo ponta a ponta, com o foco no cliente final. E este conceito teve sua aplicação muito bem facilitada pela implementação do BSC. Tratam-se processos ponta a ponta a partir do desdobramento da estratégia, de maneira balanceada, contribuindo para os objetivos estratégicos.

Chegando aos dias atuais, ao se falar de BPM percebemos diversas características acima listadas de maneira não exaustiva: fazer a atividade da melhor maneira (Taylor), buscar referências e definir padrões (Ford), processos enxutos e sem defeitos (Lean Six Sigma), melhoria contínua e ferramentas da Qualidade Total, processos interfuncionais desdobrados da estratégia.

Então é isso, BPM é uma disciplina gerencial que integra as diversas escolas da Administração, e aplica seus preceitos de acordo com a necessidade e momento organizacional, sempre com o foco em entregar o valor esperado pelo cliente final.

Jeann Vieira – CBPP, BlackBelt, Coach, Coordenador de Projetos e Processos da Anatel

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