E no Brasil será o mesmo? Não, será muito pior. Mesmo em um cenário de altas taxas de crescimento econômico quase metade das empresas no Brasil encerram suas atividades em três anos (48% segundo o IBGE). Até 2025 provavelmente 70% das empresas brasileiras atuais irão fechar as portas e a que você trabalha hoje poderá ser uma delas. Agora a notícia boa: novas e melhores empresas serão criadas em substituição às velhas. Não adianta lutar contra o fluxo de transformação, o melhor a fazer é seguir o fluxo e liderar.

Você pode estar pensando: “Isso é conversa fiada, nada disso vai acontecer”. Se estiver pensando assim, vai estar acometido do mal do “viés da normalidade”. Não é doença grave, não se preocupe. O viés da normalidade leva pessoas inteligentes e esclarecidas a subestimar a possibilidade de um desastre e suas consequências – é uma tendência do comportamento humano acreditar que algo que nunca aconteceu jamais acontecerá. Também faz com que as pessoas sejam incapazes de lidar com o desastre quando ocorre. Durante o furacão Katrina mesmo sabendo que o sistema de barragens não resistiria às águas, milhares de pessoas permaneceram em casa em rota das ondas do mar. Como nunca haviam visto situação assim tão ruim, muitas simplesmente não acreditaram que poderia acontecer. Resultado: 2.000 mortos.

Você dirá então, “imagine, estamos vivendo apenas uma crise e logo as coisas voltarão ao normal”. Desculpe falar a verdade, mas é preciso um choque de realidade. As coisas não vão voltar ao normal, não existirá um novo normal. Existirá um novo modelo de civilização. A crise é isso, o fim de um modelo e o nascimento de um novo. Eu sei que você não acredita nessas bobagens ditas na mídia ou pelo governo, afinal até eles estão quebrando, mas se acreditar eu digo: pare enquanto é tempo para preservar sua sanidade. E tudo isso não ocorre apenas pelo avanço tecnológico, mas pelo surgimento de uma nova mentalidade. O modelo tradicional de emprego e renda caminha lentamente para o fim. Fim também da ideia de consumismo e materialismo como caminho para felicidade. Fim do crescimento infinito em um mundo finito. Fim do uso de combustíveis fósseis (puxa, mais uma má notícia para a Petrobras). A economia se desloca do tangível para o intangível, da posse para o uso, do poder centralizado para o poder em rede, do empregado para o microempreendedor individual, da padronização para a diversificação, da massificação para a customização…. Vou parar por aqui porque as mudanças são tantas que não caberiam neste post. Fica para o próximo…

José Davi Furlan, 26/01/2016

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