É preciso ser capaz de mudar rápido o suficiente para acompanhar o mercado e os avanços tecnológicos e se ajustar a uma variedade de direcionadores e eventos de relevância em curtos espaços de tempo. Em algum ponto, esses direcionadores poderão ser tão significativos que outra transformação radical será necessária. Para manter o ritmo, terá de adotar uma postura que promova transformação permanente, a capacidade de mudar rapidamente é mais importante que qualquer resultado único ou mudança pontual. A razão é que os resultados obtidos serão válidos momentaneamente e o negócio precisará avançar para o próximo patamar tão rápida e controladamente quanto possível. À medida que o negócio muda, também mudam suas necessidades e cada próxima transformação será diferente da anterior. O melhor momento para mudar é quando se está bem, porque estar bem hoje não significa estar bem amanhã, o conforto de um sucesso temporário representa um grande risco. Quem esperou a situação ficar desconfortável, esperou tempo demais.

Em paralelo à melhoria da operação transformada a organização deve se preparar para novo salto de transformação radical. Quando a taxa de mudança fora da empresa excede a taxa de mudança interna, o fim está próximo.

Business Transformation é algo em aberto, o trabalho não termina na primeira iniciativa que é apenas um ponto de partida da evolução em um palco de transformação constante. Requer que a organização visualize constantemente a operação como algo em mudança – o que antes era visto como um conceito assustador passa a ser encarado como algo comum. A melhor forma de assegurar que a organização será capaz de mudar continuamente é desenhá-la para incorporar mudança como algo normal e parte da cultura.

Na cultura de Business Transformation, mudança é parte do dia a dia, as pessoas são incentivadas à experimentação e ao aprendizado. É diferente de possuir uma capacidade de gerenciamento de mudança cujo pressuposto estabelece que pessoas irão resistir e precisarão ser motivadas para a mudança.

Daniel Burrus classifica mudança em cíclica e progressiva. A cíclica é a que ocorre com alto grau de certeza: depois do inverno vem a primavera e após o dia vem a noite. A progressiva, por sua vez, não repete o padrão e segue em direção ao futuro: os rádios e TV usam transistores e não voltarão a usar válvulas, as pessoas ficam mais velhas e não voltarão a ser jovens. É na mudança progressiva que estão as maiores oportunidades, pois criam circunstâncias únicas para tornar realidade um futuro ainda invisível para a maioria. Intuir o futuro, de acordo com Burrus, é um exercício de avaliar tendências. Essas tendências podem ser firmes (baseadas em fatos previsíveis, tangíveis e mensuráveis) ou possíveis (baseadas em estatísticas e aparente tangibilidade). Sabendo identificar as tendências firmes permite ver o futuro, sabendo identificar as tendências possíveis permite moldar o futuro.

Figura – Do foco em mudança cíclica para o foco em mudança progressiva

A habilidade de mudar é uma vantagem competitiva, a sobrevivência de longo prazo não está na busca de uma estabilidade duradoura, mas na compreensão de que o atendimento às necessidades do estado atual conviverá constantemente com o pensamento sobre as necessidades do estado futuro – não existe a sensação de segurança de um futuro tranquilo dissociado de uma preocupação presente permanente. Estratégias organizacionais, sistemas de recompensa, processos de comunicação e práticas de gestão de pessoas devem estar alinhados com mudança e encorajar as pessoas a promoverem Business Transformation de forma contínua.

© José Davi Furlan, 27/08/2015