jan 10 2014

Quando a vida profissional começa sufocar a vida familiar… vale a pena?

Recentemente escrevi um artigo de título “Status profissional + dinheiro = felicidade? Nem sempre!”, alertando sobre as escolhas profissionais baseadas simplesmente no cargo pretendido (status) e remuneração desejada (dinheiro), que podem ser muito perigosas a médio/longo prazo.

 

Agora, inspirado por uma conversa recente que tive com minha esposa, onde alinhávamos nossos anseios individuais para o futuro, visando não prejudicar nossa vida conjugal e familiar, resolvi trabalhar outro tema delicado que muitos profissionais viveram, vivem ou viverão em algum momento de suas vidas: a importância de saber definir prioridades na vida.

 

Estou lendo um livro fantástico chamado Mudar e Inovar – Resolvendo conflitos com a ITIL v3 – aplicado a um estudo de caso, Ed. SENAC. Os autores criaram uma história fictícia de um Gerente de TI,  responsável pelo departamento de tecnologia de um grande Grupo Educacional, prestes a ser demitido. Os sócios da empresa andavam insatisfeitos com a gestão do executivo, que não conseguia estruturar o departamento para gerar valor ao Negócio. Não existia controle dos ativos, eventos, incidente, projetos, custos, nada! A equipe de TI tinha uma postura reativa aos acontecimentos, o que comprometia os objetivos estratégicos do Grupo. Um verdadeiro caos!

 

Por todos esses motivos ele já não tinha mais tempo para a esposa e filhos. Nunca tomava café da manhã em casa, e quando voltava, todos já estavam dormindo. Seu casamento estava por um fio. Com a situação insustentável, o presidente do Grupo, que era um grande amigo deste Gerente, o envia para um seminário de Governança onde ele conhece a ITIL. Ao retornar do evento, fascinado, consegue uma autorização dos sócios para contratar uma Consultoria, que o ajuda a implantar algumas das melhores práticas sugeridas pela ITIL no departamento de TI.

 

No decorrer da história as coisas começam a fluir. Felizmente, com o sucesso das melhorias conquistadas, o executivo consegue retomar sua vida familiar. Um livro completo, com muitos mapas mentais, quadros, termos, testes, templates, etc.

 

Como na obra supracitada, muitos profissionais estão “afundados” no trabalho de tal maneira que não percebem a quão ausentes estão de suas famílias. Alguns até conseguem estar fisicamente junto, mas não abandonam o celular, o notebook,  a internet, e por isso podem estar sufocando a vida conjugal e familiar.

 

É claro que viagens de negócios, reuniões de urgência, demandas de última hora, enfim, eventos extraordinários acontecem e são normais em qualquer profissão. Essa não é a questão. O problema é quando a exceção vira regra, e a família passa a ser a última prioridade do dia, do final de semana, dos planos, da VIDA! Pare por um minuto e pense… enumere de 0 a 10 e diga qual é a prioridade da sua família em relação as outras coisas como carreira, cursos de formação, lazer, negócios, amigos, hobby, etc, etc, etc.

 

Minha esposa sempre diz uma coisa quando estou imerso em atividades contínuas, trabalho e compromissos externos, que entra no meu coração como uma espada: “Amor, sei que precisa fazer todas as coisas, mas entenda que para nós, o que importa não é a quantidade de tempo que vai estar conosco, e sim a qualidade do tempo. Quando estiver com a gente, FIQUE com a gente, viva este momento como se fossemos a única coisa importante na sua vida”. É claro que quanto mais tempo dedico para estar com ela e minhas filhas, mais valorizada e “priorizada” ela se sente. Entendo o que ela quer dizer com “tempo de qualidade”.

 

Outro dia vi um adesivo colado em um carro com uma frase: “O homem que alcançou o sucesso profissional e financeiro, mas perdeu sua família, fracassou!”. Há quem discorde dessa afirmação. Particularmente, desde que li esta frase, guardei-a em meu coração para não esquecer o que realmente tem valor nessa vida.

 

Acompanho o blog da Consultora de empresas e Coach profissional, Adriana Lombardo, que no final de 2010 escreveu um post muito interessante. Frases impactantes que ela ouviu de profissionais e executivos durante sessões de Coaching. Vejam algumas delas:

 

“Vivo para trabalhar, não trabalho para viver.”

“Sempre tenho tempo para os almoços de negócios, mas não tenho mais tempo para almoçar com a minha esposa.”

“Descanso para trabalhar no dia seguinte.”

“Quando chego em casa, estou tão esgotada que não consigo brincar com meu filho, apesar dele ter ficado na creche o dia todo para que eu pudesse trabalhar.”

“Trabalho em uma corporação há anos. Recebi uma proposta para mudar de empresa. Sou diretor e me tornaria presidente. Deveria estar festejando, mas estou apreensivo, pois no início de qualquer trabalho é necessário maior dedicação para entender os processos organizacionais. Minha filha está com problemas em casa, e minha esposa tem solicitado ajuda, apesar dela não trabalhar fora. Estou confuso se aceito a proposta.”

“Mal consigo respirar! Respirar diante de um lago, de um parque, de uma praia. As pessoas pensam que quem mora no Rio de Janeiro tem tempo para curtir a vida. Eu não tenho!”

 

Fico pensando, se essas pessoas estão assim, como será que suas famílias devem estar?

 

Se escolhemos constituir uma família, então ela não pode ser a última prioridade das nossas vidas. Como ouvi de um sábio homem no dia do meu casamento: “Depois que casamos e constituímos uma família, até podemos ter sonhos individuais, mas as metas e objetivos, esses precisam ser definidos pensando NA FAMÍLIA.

 

Pense nisso!

 

Para encerrar, reflita com essa pergunta: “O que vai ser profissionalmente bom para você, também será bom para sua família?”

 

Sucesso para todos!

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